Chapter Capítulo 8
Capitulo 8
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Marcos Rodrigues tinha uma vida simples, sem grandes histórias para contar. A mãe sofria de insuficiência renal e seu pai era médico um homem comum em multos aspetos. Mas Marcos, diferente de tantos outros, se destacava por sua determinação. Ele era considerado um gênio pelos professores e colegas, tanto que já tinha garantido sua vaga na Universidade DF sem precisar passar pelo estresse do vestibular.
Márcia comentou, “Sabe, eu acho que o Marcos Rodrigues é um cara legal. E, quem hoje em dia não tem um amor na adolescência? Desde que não atrapalhe os estudos, tudo bem. Quem sabe o Marcos até te ajuda com as matérias e vocês acabam indo para a mesma universidade?”
Letícia Silveira baixou os olhos, perdida em pensamentos. No dia anterior à sua tentativa de suicídio por Sérgio Pereira, ela teve uma briga feia com Marcos Rodrigues e acabou dizendo coisas terríveis para ele.
Chamou–o de pobre, disse que não tinha futuro ao seu lado, que ele só a arrastaria para baixo..
Remoendo as palavras, Leticia sentia uma vontade de se esbofetear pelo
arrependimento.
Na sua vida passada, tinha sido Sérgio, Marcos tinha sido a pessoa que mais bem a
tratava.
Márcia continuou, “Você vive falando do seu irmão, mas o que ele faz mesmo?”
Letícia respondeu, “Não sei muito bem, ele é muito ocupado. Já faz tempo que não
conversamos.”
“Marcos Rodrigues, o que houve com você hoje? Jogando bola dessa maneira?”
A voz veio do corredor, fora da sala de aula, era de um dos melhores amigos de Marcos.
Letícia se sobressaltou e, ao olhar, viu Marcos passando pelo corredor da escola. Ele era alto, de pele morena e feições firmes, usando a camisa de manga curta do uniforme escolar.
Márcia balançou o braço de Letícia empolgada, “Olha lá, é o Marcos Rodrigues.”
“Ele até é que bonito, né?” Márcia comentou, como se Marcos tivesse ouvido a conversa delas.
Por acaso, os olhos âmbar de Marcos encontraram os de Letícia. O olhar dele, que antes era suave, agora era indiferente ao dela.
Letícia se lembrou de como Marcos assumiu toda a culpa por algo que não tinha feito, acabando condenado e passando o resto dos dias na prisão.
O coração parecia ter sido perfurado por espinhos.
Ela devia a ele um pedido de desculpas que nunca chegou a fazer.
Assim que seus olhares se cruzaram como estranhos, Marcos desviou o olhar friamente e se fol.
Ao longe, o amigo de Marcos perguntou, “Você e a Leticia terminaram? Desistiu de correr atrás dela?”
Letícia não ouviu a resposta de Marcos.
Ela não sabia o que ele havia dito.
Na Escola Superior D. Pedro, todos sabiam que Marcos gostava dela.
Até os professores a procuravam para conversar por causa de Marcos, preocupados que ela pudesse se envolver num romance precoce.
Ela conheceu Marcos no primeiro ano do ensino médio, numa sexta–feira à noite em seguida a a aula de reforço. Voltando para casa tarde, ela o encontrou numa briga de rua, todo ensanguentado.
Letícia logo ligou para a ambulância….
A segunda vez foi quando ela quase foi incomodada por uns valentões, e Marcos a salvou.
Na terceira vez… foi quando ela estava com cólicas, desmaiou enquanto corria, e Marcos. Rodrigues também estava na aula de educação física, indiferente aos olhares de professores e alunos, carregou ela para a enfermaria.
Assim, eles se conheceram…
Letícia Silveira tinha dificuldades em exatas, e toda vez que reprovava, Marcos Rodrigues pacientemente explicava os exercícios para ela.
A relação entre eles era tão boa que realmente dava a impressão aos outros de que estivessem namorando.
O primeiro ano do ensino médio ainda não era tão puxado, e os alunos que vinham de outras cidades podiam escolher não fazer o estudo noturno.
Quando as aulas terminavam.
Leticia Silveira, com a mochila nas costas, saíu da escola. Quando chegou ao ponto de Ônibus para esperar, de repente, um carro preto parou à sua frente…