Chapter Capítulo 11
Capitulo 11
carta rosa com letras douradas gravadas a fogo feriu profundamente os olhos de Leticia Silveira.
Depois disso, Leticia Silveira permaneceu em silêncio durante a refeição, sem dizer nem mais uma palavra.
Ela apenas ouvia Helena Rocha e Sérgio Pereira conversando sobre assuntos familiares e os preparativos para a festa de noivado.
Leticia Silveira ficou à margem, como uma estranha à conversa, sem conseguir se inserir
na conversa.
Quando Helena Rocha foi ao banheiro e Sérgio Pereira a seguiu, sobrou apenas Letícia Silveira na ampla sala privativa.
Fora de lá, a noite já havia caído completamente.
Ela olhou o relógio; já passavam das oito.
Se demorasse mais, perderia o último ônibus.
Letícia Silveira esperou mais alguns minutos, mas eles não retornaram.
Sem vontade de esperar mais, ela se levantou, pegou no cartão bancário que Sérgio Pereira lhe havia dado da mochila, deixou–o no lugar de Sérgio Pereira, junto com o convite vermelho.
Ao sair com a mochila nas costas, disse ao garçom: “Quando meu irmão voltar, por favor, diga a ele que eu já fui,”
Garçom: “Moça, o Presidente Sérgio e a Srta. Silveira foram para o salão ao lado tratar de negócios. Não quer esperar mais um pouco?”
Letícia Silveira segurou a alça da mochila e balançou a cabeça: “Não precisa, tenho aula. -amanhã.”
Na verdade, ela estava um pouco cansada.
Continuar esperando seria apenas para assistir ao afeto entre Sérgio Pereira e Helenal Rocha, o que não lhe interessava.
Ela podia pressentir que, por estar ali com Helena Rocha, Sérgio Pereira já não estava feliz.
Letícia Silveira deixou o Delícias Aromáticas, caminhou um pouco e conseguiu pegar o último ônibus.
Ela teria que se acostumar a viver sozinha.
Depois de descer do onibus, Leticia Silveira atravessou uma rua estreita e escura e entrou num prédio velho e desgastado.
A luz do sensor do corredor estava quebrada, e ela teve que tatear no escuro para conseguir abrir a porta de casa.
Chegando em casa, trancou a porta, entrou no quarto, largou a mochila e foi tomar um banho no banheiro.
O uniforme escolar que tirou, ela deixou de molho numa bacia com sabão em pó.
Já eram quase dez e meia quando Leticia Silveira terminou de copiar a lição de inglês. Ela estava pronta para guardar o livro–texto quando, de repente, encontrou no fundo da mochila um caderno que não era dela.
Letícia Silveira retirou o caderno relativamente novo da mochila e o abriu, encontrando o nome de Marcos Rodrigues na primeira página.
Ela acariciou o nome escrito ali; a caligrafia dele estava muito clara, escrita em letra de forma impecável. Dos poucos homens que conhecia, além de Sérgio Pereira, era Marcos Rodrigues quem tinha a letra mais bonita. Virando a página, viu fórmulas de matemática e física que Marcos Rodrigues havia anotado para ela.
Ela havia esquecido de devolver o caderno que Marcos Rodrigues colocara em sua mochila da última vez.
Foi então que ouviu alguém bater à porta…
Era estranho receber uma visita tão tarde.
O som continuo da batida à porta fez com que Letícia Silveira se levantasse para atender,
e espiando pelo olho mágico, para sua surpresa, era Sérgio Pereira.
O que ele estava fazendo aqui?
Ao abrir a porta, Letícia Silveira foi imediatamente atingida pelo forte cheiro de álcool.
“Irmão… o que você está fazendo aqui?”
“Eu não posso vir?”
Letícia Silveira apertou as mãos nervosamente, “Claro que pode.” Ela deu espaço para que Sérgio Pereira entrasse.
“Por que ainda está acordada a esta hora?” Sérgio Pereira entrou em casa, enquanto Letícia Silveira fechava a porta, trancando–a cuidadosamente. Uma brisa leve passou, trazendo consigo um leve odor de tabaco e álcool que parecia vir de Sérgio, como se ele tivesse acabado de voltar de um compromisso social. O cheiro era forte, mesclando–se com a fragrância única que emanava dele, formando um aroma agradável. Contudo, mesmo assim, Letícia Silveira não ousava olhar demais para ele, mesmo que fosse apenas sua silhueta.