Chapter Capítulo 5
Capítulo 5
Não é que a memória de Amélia fosse excepcional, mas é que desde pequena Livia nunca a tratou muito bem, e a frase que mais gostava de repetir era: “Se não fosse teu pai te encontrar. já terias morrido de fome. Nos te damos comida, moradia e educação, em que falhamos contigo? O que custa ajudar um pouco em casa?”
Ser lembrada disso diariamente tornava impossível não saber.
Quando era mais nova, Amélia chegou a ficar muito abalada, sem entender por que ela não era como as outras crianças, que tinham pais que as amavam. Por que ela não? Mas agora que cresceu, aceitou a situação. Talvez algumas pessoas simplesmente tivessem menos sorte com laços familiares, seja com pais ou filhos, ou até cônjuges. Aparentemente, estava destinada a seguir o seu caminho sozinha nesta vida.
Felizmente, o seu pai, António Mendes, sempre foi bom para ela.
Ele a havia encontrado, e a primeira pessoa que ela viu quando saiu do estado de febre e delirio foi ele.
Amélia já não se lembrava exatamente do que havia acontecido, só tinha uma lembrança vaga de ter passado muito tempo sozinha em um lugar remoto por muito tempo, com frio e fome. vivendo dias de medo, até que acordou e viu António aconchegando–a em seus braços. Ela sentiu uma imensa afeição por ele, mas também um pouco de medo, e não o soltou. Como não conseguiram encontrar a sua família, António, comovido, decidiu ficar com ela e adotá–la. Na verdade, a situação financeira da familia naquela época não permitia cuidar de outra pessoa,,e Livia também não queria ter de cuidar de mais alguém. Mas, no final, não conseguiu resistir a António e teve de deixá–la ficar.
António foi um homem de pouca assertividade durante toda a vida, mas se mostrou firme quando se tratava de cuidar dela. Embora depois, por estar sempre trabalhando fora, não. pudesse lhe dar todo o cuidado e proteção que um pai deveria, Amélia ainda o respeitava e era grata.
Ela havia voltado dessa vez apenas para ver António antes de ir para o exterior, pois uma vez fora, não seria tão fácil voltar como quando estava no país.
Lívia, do lado de fora da casa, não recebendo resposta, já estava no ponto de descontar a sua raiva partindo pratos e panelas.
“O que aconteceu agora?” A voz de António ecoou do lado de fora.
“Sua filha querida que você encontrou, não foi fácil para nós criá–la todos esses anos. Se não fosse por nós, quem sabe onde ela estaria trabalhando agora, talvez em alguma linha de montagem. E ela poderia ter se casado com uma família como a do Rafael? Agora que ela se transformou de um corvo em um fênix, ela despreza sua própria familia. O que custa ajudar um pouco em casa agora que ela tem sucesso?”
Capitulo 5
A voz de António subitamente se encheu de surpresa: “A Amy voltou?”
Acompanhado por essa exclamação, o som de batidas na porta se seguiu.
Amélia foi abrir a porta e viu António em pé no limiar.
“Pai“, ela o chamou suavemente.
Antonio entrou, baixando a voz: “Não ligue para sua mãe, ela só está falando.”
Amelia acenou com a cabeça em concordância: “Hmm.”
António perguntou: “Como assim você voltou sozinha de repente, e o Rafael?”
“Ela…“. Amelia hesitou, mas decidiu ser honesta: “Eu me divorciel dele.
“Divorciada?” A expressão de António imediatamente se tornou séria: “Por que você se divorciou?”
Amélia respondeu: “Nós não éramos compativeis.”
Antonio franziu a testa: “Foi por causa da sua mãe e do seu irmão?”
Amélia balançou a cabeça: “No futuro, peça para eles não incomodarem mais as pessoas.”
Antônio pareceu hesitante, não que ele quisesse ir, mas era incapaz de convencer Livia e Felipe: naquela casa, Livia era quem mandava.
Amelia entendeu a dificuldade dele e sorriu: “Não se preocupe, eu vou falar com eles. Eu só vim hoje para vê–lo antes de sair do pais. Eu consegui uma vaga numa universidade no exterior para fazer mestrado e vou embora amanhã. Vou ficar dois anos e, depois disso, provavelmente não poderei voltar frequentemente para visitá–lo. Cuide–se bem.”
Ela tirou um cartão bancário da bolsa: “Tem um pouco de dinheiro neste cartão, fique com ele para usar, e se não for suficiente, me avise.”
António rapidamente tentou devolvê–lo: “Você vai precisar de dinheiro lá fora, guarde para você, eu tenho o suficiente.”
“Não se preocupe, eu estou bem“, Amélia insistiu e devolveu o cartão para ele:
Antonio pensou nela partindo amanhã e sentiu–se melancólico: “Por que a partida tão repentina? O exterior é tão distante, não seria possivel estudar aqui no pais?”
“Só quero mudar de ambiente e dar uma olhada no mundo lá fora. Não se preocupe, dois anos passam rápido,” Amélia tranquilizou–o, notando que António continuava com uma expressão preocupada, ela acrescentou, “Além do mais, a faculdade de arquitetura dessa universidade está entre as quatro melhores do mundo, quão sortuda sou por ter sido aceita.”
António realmente se consolou com isso, sentindo–se aliviado e um tanto orgulhoso: “Que bom, eu sempre soube que você teria sucesso quando crescesse.”
Amélia apenas sorriu.
Capitulo 5
“Tia.” A voz infantil da pequena menina soou naquele inomento, e quando a voz se calou, a garotinha de 2 anos já tinha abraçado as pernas de Amélia.
Amélia se inclinou e pegou–a nos braços: “Sara foi passear com a mamãe?”
A menina assentiu vigorosamente e virou–se para olhar para Lorena Oliveira, que acabara de entrar com ela. Lorena era a esposa do Felipe, e foram colegas de escola, ficaram juntos desde o ensino médio e se casaram dois anos após a formatura na universidade. Há dois anos atrás, tiveram uma filha.
Lorena era bonita e competente no trabalho; começou como vendedora de seguros na base da empresa e por conta própria escalou até se tornar diretora de vendas, com um salário anual de várias centenas de milhares. O dinheiro que ela ganhava era todo investido nos negócios de Felipe.
Parecia que Lorena nunca se importou com isso: Felipe não trabalhava, não cuidava da filha, e não trabalhava, não cuidava da filha, não discutia, ela apenas trabalhava incansavelmente para sustentar a familia e cuidar da
menina.
Amélia também não sabia que feitiço seu irmão lançara em Lorena para que ela o sustentasse todos esses anos, mas se fosse analisar, provavelmente era porque Felipe era doce e proporcionava um valor emocional para Lorena.
Lorena e Amélia não eram muito próximas, mas quando Amélia olhou para ela, Lorena cumprimentou educadamente: “Amélia, você voltou.”
Amélia murmurou um “hum” e desviou o olhar para a menina que abraçava seu pescoço carinhosamente, estendendo a mão para brincar com ela.
Livia também entrou na casa e, observando a expressão gentil de Amélia, não pôde evitar fazer um comentário mordaz: “Se gosta tanto de crianças, é melhor ter uma logo, senão vai acabar encontrando alguém lá fora para ter um filho e você vai se arrepender.”
Depois de falar, ela murmurou para si mesma: “Não sei o que você estava pensando naquela. época, tão jovem e nem conseguiu manter uma criança. Se tivesse conseguido, agora não precisaria ficar tão humilde pedindo ajuda.”
Amélia empalideceu ligeiramente e olhou para ela: “Mãe, eu e o Rafael já nos divorciamos, por favor, não incomodem mais as pessoas.”
Livia e Felipe ficaram surpresos: “O quê?”
Amélia não disse mais nada, seu voo era s
noite e ela ainda precisava de arrumar as malas.
Depois de se despedir de Lorena e António, ela partiu primeiro.
Livia e Felipe ainda estavam tentando assimilar a noticia.
“É sério? Como assim se divorciaram de repente?”
António suspirou: “É sério, ela parte amanhã.”
Felipe franzindo a testa: “Para onde?”
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14:50
Capitulo 5
António respondeu: “Ela disse que vai estudar por dois anos.”
Felipe franziu ainda mais a testa, mas não disse mais nada, só que ele não era bom em guardar segredos e, preocupado, foi até a empresa de Rafael naquela mesma tarde.
Chegando à receção, foi direto à receção e disse: “Estou procurando o Rafael.”
A recepcionista olhou para ele sorrindo: “Olá, o senhor tem um horário marcado?”
Felipe respondeu sem rodeios: “Ele é meu cunhado, preciso de uma reserva para qué?”
Dizendo isso, ele se dirigiu ao elevador.
A recepcionista tentou detê–lo com urgência: “Senhor, desculpe–me, mas preciso confirmar com o escritório do presidente primeiro.”
Felipe, impaciente, ignorou–a e apertou o botão do elevador, determinado a entrar quando o segurança rapidamente se aproximou para impedi–lo: “Senhor, desculpe, mas é necessário ter uma reserva para entrar na empresa. Por favor, coopere conosco.”
*Ja disse que sou cunhado dele, basta avisar o seu presidente e pronto.”
Felipe estava impaciente e tentou forçar a entrada, mas o segurança não podia deixá–lo subir. Enquanto estavam nesse impasse. Bruno chegou de fora e viu o tumulto.
“O que está acontecendo aqui?” ele perguntou ao se aproximar.
“Senhor Bruno.” O segurança o chamou com respeito: “Este senhor afirma ser o cunhado do Senhor Gomes e deseja vê–lo.”
Bruno olhou para Felipe com desconfiança, não encontrando nenhuma semelhança evidente com Amélia.
Felipe percebeu de imediato o que Bruno estava pensando.
“Amélia é realmente minha irmã, se não acredita, pode subir e perguntar ao seu Senhor
Gomes.”
Bruno ficou surpreso e, após um momento de reflexão, disse ao segurança: “Deixe–o subir.”
O segurança permitiu a entrada.
Felipe não se aborreceu, apenas apontou para si mesmo: “Já disse que o seu Senhor Gomes é meu cunhado, e vocês ainda duvidam.”
Dito isso, ele seguiu com Bruno para o escritório da presidência no último andar.
“Espere aqui fora um momento, vou avisar o Senhor Gomes.”
Chegando ao escritório externo, Bruno instruiu em voz baixa e bateu na porta do escritório de Rafael: “Chefe.”
“Entre!” A voz grave de Rafael veio de dentro do escritório.
Bruno estava prestes a falar quando Felipe, por trás dele, empurrou mais a porta e entrou.
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“Rafael, você e a Amy se divorciaram?”
Bruno: “…”
Rafael olhou para ele.
Bruno sentiu um frio na espinha: “Foi o Senhor Mendes que entrou por conta própria.”
Felipe disse abertamente: “Sim, estou realmente preocupado.”
Olhando para Rafael, ele continuou: “O que aconteceu entre vocês dois? Como assim se divorciaram de repente, a Amy vai embora amanhã.”
Bruno viu a mão de Rafael pausar sobre o mouse e olhou para ele.
A expressão de Rafael permaneceu calma, ele olhou para Felipe: “Você quer alguma coisa?”
Felipe sentiu–se um pouco envergonhado e disse: “Na verdade, não é nada, só ouvi dizer que vocês se divorciaram e estava preocupado…”
Η
Rafael respondeu: “Não há nada de errado entre nós.”
Felipe suspirou aliviado: “É isso ai, pequenas discussões entre casais são normais, com as mulheres, é só uma questão de paciência.”
Rafael não respondeu.
Felipe ficou ainda mais sem jeito e disse: “Aliás, cunhado, sobre aquele resort da última vez…
Rafael virou–se para olhá–lo: “Esse projeto não está sob a minha responsabilidade.”
O sorriso no rosto de Felipe desapareceu um pouco, mas ele tentou manter a aparência:
“Entendi.”
Ele esfregou as mãos, desconsolado.
Ele sempre foi muito direto e amigável, não conhecendo limites com os outros, agindo e falando sem pensar muito, nunca sentiu a restrição de estar diante de uma familia rica e poderosa na presença de Rafael. Mas agora, pela primeira vez, ele sentiu–se constrangido. Rafael também percebeu claramente sua decepção e embaraço, e suavizou seu tom de voz: “Aliás, a sua mãe está olhando casas no bairro de Chácara dos Sonhos, não é?”
“Sim, ela está vendo, ela pensou que Amy não teria onde morar quando voltasse para casa, que precisaríamos de uma casa maior. Eu até pensei em pedir a vocês para ajudar com a entrada…” A voz de Felipe baixou, não ousando dizer que Amélia não permitiu. Rafael acenou com a cabeça: “Depois eu peço para ao Bruno transferir para vocês.” Sophia entrou naquele momento, parando ao ouvir as palavras e olhando para Felipe. Felipe já tinha recuperado sua vivacidade inicial: “Eu sabia que Amy não estava enganada, cunhado, você é uma pessoa com visão, e o seu negócio certamente se tornará ainda mais próspero.”
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Capitulo 5.
Sophia desviou o rosto com desdém, o que Rafael notou claramente.
Ele olhou para Sophia e perguntou: “Algum problema?”
Sophia disfarçou sua expressão de repulsa: “Vim procurar Bruno. Amanhã tenho que voar paral o Noroeste, o Alex tirou folga, se Bruno estiver disponivel, pode me levar ao aeroporto?”
Sophia já estava se dirigindo a Bruno.
Bruno concordou imediatamente: “Claro, vou levar.”
Sophia disse: “Vou mandar alguém te passar as informações do voo.”
Apos falar, ela olhou para Rafael, hesitante em dizer algo.
“Mãe, pode sair agora.” Rafael a dispensou diretamente: “Da próxima vez, avise antes de vir.”
Sophia olhou para ele, concordou relutantemente e, sem mais palavras, saiu.
Felipe olhou confuso para a silhueta distante de Sophia e virou–se para Rafael, cujo rosto bonito ostentava uma expressão serena: “Você e a sua sogra não se dão bem?”
“Não é isso.” A resposta veio fria.
Felipe não se importou muito, era apenas uma pergunta casual, mas sentiu–se um tanto envergonhado ao agradecer a Rafael: “Então, Vou incomodá–lo com a casa.”
Rafael acenou levemente com a cabeça e estendeu a mão para pegar o relatório.
Felipe, com um tom mais insistente, aconselhou–o: “Amy nem sabe se realmente vai voar amanhã. Entre marido e mulher, não há barreiras impossíveis de quebrar, não é um grande problema trazer alguém de volta.”
Rafael hesitou um momento ao pegar o relatório, mas logo o desdobrou com tranquilidade diante de si.
Felipe não percebeu a reação de Rafael e continuou a dar seus conselhos desnecessários, até que finalmente saiu satisfeito.
Rafael, fixando o relatório diante de si, ficou em silêncio por um momento, em seguida, empurrou–o para o lado, pegou outra pilha de documentos, deu uma olhada e os colocou para baixo, voltando seu olhar vazio para a janela, enquanto levantava o dedo para massagear suavemente a testa.
Bruno, que havia estado observando Rafael secretamente, aproveitou a oportunidade paral bater à porta e perguntar: “Chefe, precisamos de reprogramar a reunião com o Sr. Silva para amanhã?”
Rafael parou de massagear a testa e abriu os olhos, seu rosto expressando a calma habitual.
“Não!” Ele disse.