Chapter Capítulo 3
Capitulo 3
“…” Bruno ficou sem ter o que falar.
Rafael: “Não está ocupado?“–
Bruno ligeiramente negou com a cabeça: “Ocupado, muito ocupado.
Ele investiu um olhar velado para a janela que já anoitecia e não debrou de lembrar: “Chefe, já faz um bom tempo que o expediente acabou, eu… agendei com um corretor para visitar um imóvel posso it embora primeiro?”
Rafael olhou para o canto superior direito do computador, já ultrapassou o horário normal de expediente.
Ele apenas acenou levemente com a cabeça: “Hmm.
“Obrigado, Chefe.” Após agradecer rapidamente, Bruno ajeitou suas coisas e saiu correndo.
Apos a porta do escritorio se fechar, Rafael levantou a sua cabeça da frente do computador, seu olhar parou por um momento na porta fechada e logo depois se voltou para a noite misteriosa la fora.
Era o momento em que as luzes das casas se acendiam, e os prédios ao longe já estavam iluminados.
Rafael se recordou das luzes acesas em casa toda vez que ele retornava, e Amélia sentada no sofá desenhando.
Ao surgir a imagem de Amélia em sua mente, a expressão de Rafael atenuou, ele afastou o seu olhar da janela, olhou para a tela do computador, e seus dedos longos tocaram o teclado, com a intenção de dar continuidade ao trabalho. Logo depois de digitar uma letra, se deteve. aqueles projetos e relatórios que em outros tempos o encantavam agora se tornaram sem sabores.
Rafael impeliu o teclado com força, pos–se de pé, pegou o paletó do cabideiro, abaixou–se para apanhar as chaves do carro na mesa de trabalho e se retirou.
Todo sentimento se abrandou lentamente quando ele entrou no carro.
Rafael suspirou profundamente e deu partida no motor, dirigindo o carro para fora vagarosamente.
Do lado de fora da janela, a correria do trânsito intenso, o brilho das luzes na estrada, a atmosfera efervescente, Rafael dirigia sem destino algum, sem pensar em voltar para casa.
Quando o carro se aproximou do bairro onde Amélia morava, as palavras de Bruno sem aviso envolveram sua mente: “Creio que Amélia irá vender a casa“.
Rafael não deixou de olhar para a entrada do bairro.
Amélia estava se retirando do complexo naquele momento, e seus olhares se encontraram.
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Amélia oscilou brevemente.
Rafael também a viu, seus olhos calmamente visualizaram todo o seu rosto.
Amélia impeliu um sorriso para ele.
Rafael afastou o olhar friamente.
Amélia se sentiu compelida, deu um sorriso sem graça e desviou o seu olhar, prestes a ir embora.
Rafael então a chamou: “Vai sair?”
Sua voz estava tão firme e tranquila como sempre.
Amélia o olhou admirada, e acenou com a cabeça: “Sim, estou indo comprar umas coisas.”
Rafael acenou com a cabeça em resposta, sem dizer nada.
Era exatamente assim que eles estavam há dois anos.
Amélia apenas observou, e sorriu desculpando–se que estava prestes a sair.
Rafael repentinamente disse novamente: “Já jantou?”
Amélia acenou com a cabeça: “Sim, acabei de jantar.”
A resposta não passou de mais um aceno de Rafael, mas ele não mostrou intenção de ir embora.
Amélia não compreendia por qual motivo ele estava ali, não perguntou mais nada, não perguntou se ele tinha jantado, apenas sorriu educadamente para ele antes de partir.
Rafael ficou em silêncio, não a seguiu, mas também não saiu.
Amélia ainda via o carro dele ainda estacionado no mesmo lugar através do vidro das lojas na calçada, ela franziu a testa confusa e entrou no supermercado ao lado.
lâmpada do banheiro estava quebrada, ela tinha ido comprar outra para substituir.
Quando saiu do supermercado com a lâmpada nova, Amélia percebeu que Rafael aínda estaval
lá.
Eles decisivamente se encontraram novamente.
Amélia e Rafael não se separaram e se tornaram inimigos, muito pelo contrário, ela não conseguia ignorá–lo, mas como desconhecidos no casamento, também não conseguia cumprimentá–lo com afeto, então, quando eles se olharam novamente, ela forçou um sorriso, que serviu como um cumprimento.
Rafael não expressava sentimento algum, apenas a observava imóvel, com calma, mas com uma sensação de peso que fez Amélia se sentir acuada até para respirar.
Quando ela passou pelo carro de Rafael, ele abriu a porta e saiu, indo atrás dela.
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Amélia: “…”
Mas Rafael não disse uma palavra, apenas seguiu silenciosamente atrás dela, subindo juntos as escadas.
Quando chegaram à porta do apartamento dela, Amélia sem conseguir mais se conter, olhou para ele indecisa: “Você… tem algo?”
Rafael: “Não.”
Amélia: “……”
Rafael: “Você ainda tem comida em casa?”
“……” Amelia não conseguiu deixar de lembrá–lo, “A propósito, nós nos divorciamos.”
Rafael: “Um velho colega não pode jantar em sua casa?”
Amelia ficou calada por um momento, vacilando, mas abriu a porta.
Rafael viu a lâmpada que ela estava segurando e franziu ligeiramente a testa: “A lâmpada queimou?”
Amélia afirmou: “Sim, a lâmpada do banheiro queimou.”
Rafael estendeu a mão para ela: “Me dé.”
“Não precisa, eu consigo trocar sozinha…”
Amélia nem tinha terminado de recusar, e Rafael já havia pegado a lâmpada de sua mão.
Ele olhou para a lâmpada do banheiro, pegou a cadeira do hall de entrada, a colocou sob a luz e subiu.
Ele era alto e ao subir na cadeira, esticou o braço e alcançou a lâmpada com facilidade.
Aflita por causa de um possível curto–circuito, Amélia disse “Vou desligar a eletricidade. primeiro” e desligou o disjuntor, deixando o quarto em total escuridão.
Amélia acendeu a lanterna do celular, deixando o local mais iluminado para ele: “Dá para enxergar direito?”
“Sim.” A voz calma e grave de Rafael ecoou quando ele, com muita habilidade, retirou al lâmpada.
Amélia nunca havia visto Rafael trocar uma lâmpada, mas parecia que pessoas inteligentes. tinham um dom natural para fazer as coisas com agilidade, e ele fez isso com uma eficácia elegante. O olhar de Amélia passou da mão dele para o rosto, e a visão de baixo para cimal mostrava o perfil dele bem definido sob a luz, intenso e sério.
Amélia ficou um pouco pensativa.
Rafael ligeiramente trocou a lâmpada, e quando ele desceu da cadeira, Amélia continuava olhando para ele. Seus olhares se encontraram, e ela, bastante sem graça, deu um sorriso e
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recuou um passo, aumentando a distância entre eles.”
O olhar de Rafael foi subindo bem devagar das pernas dela para o rosto, fixando–se em seus olhos, mas ele não disse nada.
Sua falta de resposta fez Amélia se sentir ainda mais sem jeito.
“Então, eu vou ver se a luz está funcionando.”
Ao virar para ir, seu pulso foi instantaneamente agarrado, o celular caiu no chão, e a luz se espalhou pelo espaço.
Quando o coração de Amélia disparou com o susto, Rafael já a tinha puxado para perto dele.
Ela olhou para cima, assustada, e a mão dele deslizou do pulso para a parte de trás da cintura. apertando–a com força, enquanto a outra mão segurava a nuca dela, levantando seu rosto. Uma respiração fria foi se aproximando, e Rafael a beijou.
Amélia espontaneamente tentou empurrá–lo.
As mãos ao redor da cintura e da nuca se apertaram repentinamente, e Rafael intensificou o beijo com uma firmeza implacável.
Amélia não conseguiu recusar.
A respiração acentuada começou a ecoar no espaço contido.
Rafael pressionou Amélia contra a parede, beijando–a com fúria.
Amélia raramente via essa jeito agressivo e dominador de Rafael, com uma emoção que parecia ter urgência em se expressar. Ela estava confusa, mas Rafael não lhe deu chance de protestar, aprofundando o beijo até parecer que perderia o controle, quando, de repente, o celular tocou, o som estridente interrompeu o clima intimo do ambiente.
Rafael parou subitamente, não deixando que ela olhasse seu rosto, levantando a mão para pressionar o rosto dela cóntra seu peito.
Amélia podia sentir nitidamente a respiração dele se estabilizando.
Rafael soltou–a, virando–se para pegar o celular que tocava novamente, entregando–o a ela.
“Obrigada.” Amélia agradeceu baixinho, sem olhar para ele, apenas pegou o celular silenciosamente e pressionou o botão para atender, virando–se de costas: “Alô, quem é?”
Rafael a ficou observando por um momento, e então, caminhou em direção ao disjuntor na entrada.
Amélia também não pôde deixar de olhar para as costas dele, enquanto escutava uma voz
feminina falando em inglas, ao telefone: “Por favor, estou falando com a Srta. Améli
Mendes?”
Amélia foi suavemente trazida de volta à realidade: “Sim, sou eu. Quem gostaria?”
“Srta. Mendes, parabéns, você foi aceita no departamento de arquitetura da Universidade
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Federal de Tecnologia de Zurique.
Amélia ficou sem saber o que dizer por um momento, mas ao se recuperar rapidamente, e a alegria se espalhar ligeiramente: “Sério?”
Sua voz de surpresa fez com que Rafael, que estava do lado de fora, olhasse para ela novamente.
Amélia sentiu–se um pouco acanhada, mas conseguiu conter sua surpresa, agradecendo antes de desligar a ligação. Em seguida, abriu o email no celular e, de fato, lá estava a carta de aceitação.
A emoção da surpresa fluia por todo seu corpo e Amélia queria deixá–la transbordar, mas ao levantar a cabeça e ver Rafael olhando para ela, tentou se conter.
“O que aconteceu?” perguntou Rafael, esticando a mão para ligar o disjuntor.
Amélia balançou a cabeça suavemente: “Nada importante, apenas algumas coisas do trabalho.”
“Trabalho?” Rafael ficou pensativo, pois nunca a tinha visto tão alegre por causa do trabalho. “Você está me escondendo algo.”
Amélia vacilou, flagrada na mentira, “é sobre os estudos. Eu fui aceita na UFT de Zurique.”
As sobrancelhas de Rafael se juntaram ainda mais: “Se candidatar à uma Universidade não é algo que se faz de um dia para o outro. Há quanto tempo você tem estado se preparando?”
Amélia apertou os lábios: “Seis meses.”
Rafael suavizou seu semblante: “Então, você começou a planejar o divórcio há meio ano?”
Amélia ficou calada.
Realmente, foi naquele período que ela começou a cogitar a ideia de divórcio, mas era apenas um pensamento inicial. Também foi nessa mesma época que ela decidiu se candidatar para o curso de Arquitetura na UFT de Zurique, tentando retomar os planos de vida que haviam sido interrompidos quando ela ficou grávida e se casou.
Ela havia estudado design de arquitetura na universidade e sempre desejou aprimorar seus estudos na Suiça, mas sua familia não tinha condições financeiras, nem conseguiria apoiar tal iniciativa. Por isso, desde o primeiro ano da faculdade, ela começou a trabalhar em empregos paralelos a fim de economizar dinheiro.
Nos anos que se passaram, ela foi se saindo muito bem nos seus trabalhos paralelos e conseguiu economizar uma quantia razoável. Ela teria concluido seus estudos, se não fosse pelo encontro casual com Rafael numa reunião de ex–alunos, que resultou numa noite de paixão e numa gravidez inesperada.
Mas o que havia acontecido naquela noite, fez com que o rumo de sua vida mudasse completamente, transformando–a de uma jovem profissional ambiciosa e apaixonada pela vida em uma dona de casa frágil, cheia de dúvidas a respeito de si mesma, vivendo entre as
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responsabilidades domésticas e o desprezo da familia de Rafael. Ela não queria continuar at viver assim.
Seu silêncio foi como uma confirmação.
Rafael virou o rosto friamente.
“Tudo bem.” ele disse. “Desejo–lhe sucesso.”
Após falar, ele puxou a porta para sair.
“Rafael,” chamou Amélia sinceramente.
Rafael parou, mas não se virou.
“Naquele dia na sua casa, eu ouvi você e seu pai discutindo no escritório,” disse Amélia baixinho. “Foi depois daquele dia que decidi me divorciar.”
Repentinamente, Rafael se virou para olhá–la.