Chapter Capítulo 24
Capitulo 24
Amélia sentiu a um tremor nas mãos ao trocar de sapatos, mas foi se acalmando rapidamente, colocou as suas pantufas de algodão e elevou a cabeça para olhá–lo: “Hoje temos uma aula prática, iremos para o um canteiro de obras, caminhar de salto alto é muito complexo, por conta disto troquei por sapatos de saltos baixos.”
O olhar de Rafael se deteve no sobretudo que ela vestia: “Você vai para o canteiro de obras com um sobretudo tão grande?”
“É que…” a voz de Amélia vacilou, “na escola nós usamos um uniforme antes de ir para lá, é norma da escola estar vestida de maneira uniforme quando vamos ao canteiro.”
Rafael a olhou com ar de suspeita, mas preferiu ficar calado.
Amélia conteve sua ansiedade que aflorava em seu coração e substituiu os sapatos bem devagar, deixou sua bolsa com remédios e o relatório médico no hall de entrada, e ao sair do local, sentiu uma certa insegurança outra vez, remetendo um olhar de incerteza para Rafael
Rafael já tinha voltado sua atenção para o quarto.
O quarto de Amélia era apenas um simples estúdio. A entrada, a cozinha e o banheiro um ao lado do outro, avançando para dentro se via um pequeno sofá e uma pequena mesa de centro formando uma sala de estar de improviso, e mais para dentro, uma cama de casal de um metro e oitenta e uma varanda fechada. Havia uma simples e clara decoração interior, com um leve toque de estilo nórdico campestre, e a disposição dos móveis era toda aparente.
Os hábitos de Amélia não havia mudado, continuavam os mesmos de quando casada; ela era bastante desprendida e casual, seu quarto tinha uma arrumação de forma limpa e organizada, porém ainda com alguns pequenos objetos dispostos de maneira modesta, semelhante a sua mesa de centro, onde sustentava apenas uma cesta de bambu para sua organização, cheia de pequenos objetos espalhados de forma casual. Em meio a esses objetos dispersos, Rafael observou um pequeno pedaço de papel que mais parecia um relatório médico, e seu rosto se franziu lentamente a cada passo que se aproximava da pequena mesa de centro.
Amélia, automaticamente, acompanhou o olhar de Rafael observando o relatório médico disposto na cesta, seu coração disparou. Prontamente,, ela estendeu a mão e segurou a ponta da roupa de Rafael.
Rafael se virou para olhá–la, seus olhos escuros encontraram os dela, questionando com seu olhar.
Amélia se manteve calma e sorriu levemente: “A propósito, você também não comeu, não é?” Ela com discrição empurrou a bolsa que trouxe consigo de volta ao lugar, sem notar que o celular dentro dela continuava piscando.
Cecilia ficava olhando para o celular que a ficava lembrando repetidamente “O número que você discou está temporariamente indisponivel“, e por um momento ficou ansiosa, sem conseguir saber como estava a situação de Amélia.
Mais cedo, ela e Amélia estavam conversando em uma chamada de video, e ao vê–la vomitar por duas vezes e depois desligar repentinamente, Cecilia ficou agitada, preocupada que algo pudesse ter acontecido com Amélia.
Mas naquele momento, ela estava ocupada atendendo um cliente e não podia ligar para ela, depois aproveitou uma ida ao banheiro para fazer uma ligação rápida para Amélia, que estava dentro de um táxi, a caminho do hospital. Cecilia pôde ouvir nitidamente a voz instável de Amélia, que apesar de parecer calma tentava tranquilizá–la dizendo para ela não se preocupar, que apenas sentia um desconforto no estômago e queria ir ao hospital para verificar. Quando os resultados dos exames chegaram, Amélia os enviou imediatamente para Cecilia para que ela se tranquilizasse, mas naquele momento Cecilia estava ocupada e, ao notar que não havia nada de errado nos resultados, ficou aliviada e não teve tempo de responder. Agora que finalmente estava livre, Cecilia lembrou–se que Amélia havia falado que os resultados dos exames estavam bons, mas não havia tocado no assunto a respeito do bebê ou sobre como ela estava agora. Preocupada, Cecilia enviou uma mensagem perguntando sobre como ela estava, mas Amélia não respondeu.
Depois de ligar várias vezes sem sucesso, Cecilia tomada pelo medo das possibilidades que sua mente estava imaginando, ligou para Pedro.
O telefone de Pedro tocou algumas vezes antes de ser atendido.
“Aló?”
Quando ela ouviu a voz clara do homem falando ao telefone, a voz de Cecília já estava aflita e chorosa: “Irmão, você está em casa? Pode dar uma passadinha na casa da Amy para mim?”
Pedro estava comendo quando ouviu Cecilia e sua voz ficou séria: “O que aconteceu?”
“Eu também não sei, a Amy foi para o hospital porque passou a manhã vomitando e depois disse que estava tendo um pequeno sangramento. Eu estava ocupada e não consegui falar com ela a tempo, e não sei como ela está agora. Enviei uma mensagem pelo WhatsApp e ela não respondeu, fiz uma chamada de video e ela não atendeu, e não atendeu minha ligação.” Cecília estava tão aflita que estava quase chorando, “Estou preocupada que algo tenha acontecido com ela, você pode dar uma passada na casa dela para ver como ela está?”
“Com certeza.” Pedro deixou os talheres de lado e se levantou, “Não se preocupe, eu vou lá ver e te ligo mais tarde.”
Assim que terminou de falar, Pedro desligou a ligação, pegou seu casaco e chaves que estavam no cabideiro e saiu de casa.
Na casa de Amélia, Rafael percebeu um brilho na bolsa atrás dela e com um movimento leve do queixo indicou: “Telefone.”
15-19
Capitulo 24
Amélia olhou para trás em direção à bolsa, que era apenas uma pequena bolsa quadrada a qual não cabia muitas coisas.
Ela havia colocado o celular na bolsa quando tinha ido ao hospital e não o tirou depois, os resultados dos exames e os medicamentos para sustentar a gravidez também foram empurrados para dentro da bolsa, todos amontoados no topo, e Amélia não queria, de maneira alguma, abri–la.
Ela ainda não se sentia pronta para contar a Rafael sobre sua gravidez, e nem sabia se tinha necessidade de contar a ele, o encontro de hoje havia sido apenas um acidente.
Rafael, vendo a perturbação em seu rosto, seguiu o olhar dela até a bolsa, deu uma olhada e depois voltou a olhar para o rosto dela: “Você está escondendo alguma coisa de mim?”
Amélia negou espontaneamente: “Não. É apenas uma ligação da imobiliária, não importa se eu atender ou não.”
Para convencê–lo, ela se virou e colocou a mão dentro da bolsa, tentando pegar o celular.
Rafael observava os movimentos cautelosos dela e perguntou: “Tem alguma coisa dentro da bolsa que eu não possa ver?”
Amélia apressadamente negou: “Não.”
Ela tocou o celular, mas havia medicamentos e papéis pressionando o dorso de sua mão, e ela tentou puxar o celular com os dedos. Rafael se aproximou repentinamente estendendo a mão para abrir a bolsa dela, assustando Amélia, que empurrou a mão dele de volta.
A sensação delicada e fria foi sentida por ele, e Rafael olhou para ela: “Por que suas mãos. estão tão frias?”
“Ultimamente… tem estado mais frio.” A voz de Amélia até vacilou, e a mão que pressionava a dele vacilou em se retirar.
Rafael não insistiu em tentar abrir a bolsa, apenas olhou para ela: “Não é que nos últimos dois anos você melhorou muito?”
“Pode ser que eu não esteja conseguindo me adaptar bem ao clima.” Disse Amélia, a mão que estava segurando o celular na bolsa se apertou um pouco, hesitando se deveria puxá–lo paral fora. Seu coração ficou apertado com a hesitação, sentindo–se atrapalhada.
Rafael franziu levemente a testa e olhou para ela: “Você também emagreceu bastante, eu me recordo que você não tinha problemas em se adaptar bem a novos ambientes.”
“…” Amélia hesitou e olhou para ele, sabendo que, se Rafael quisesse, ela não tinha como se esconder dele.