Chapter Capítulo 27
Capítulo 27
Noe Serpa não conseguia imaginar como Inês tinha sobrevivido esses anos todos. Vendo-a chorar no ombro de Amado, uma estranha pontada de dor surgia em seu coração.
Amado secou as lágrimas de Inês com um guardanapo e disse: “Mamãe, podemos ir paral casa? Não fique triste.”
Inês tremia enquanto abraçava Amado. “Ter você é o suficiente, com você, mamãe pode continuar vivendo…“Amado olhou para a frágil Inês e depois para Noe Serpa, que estava parado à porta, e suspirou: “Mamãe, eu tinha dito antes, hoje quem veio me buscar foi o papai.”
“Eu sei que você não gosta dele, mas ele… ele também é meu pai.”
Amado olhou nos olhos de Inês, com seus olhos de menino, puros e bonitos, como se tivessem o poder de acalmar qualquer coração.
Sua voz era infantil, mas carregada de uma firmeza inquestionável: “Mesmo que eu não goste dele, ter o papai por perto me faz sentir seguro. Mas se a mamãe não quer
não vou interferir. Sua escolha é a minha escolha.”
Sua escolha é a minha escolha.
Para ele, eu
As lágrimas de Inês voltaram a cair. “Amado, mamãe não tem mais medo. Vamos voltar para viver bem com o tio, está bem?”
Como se ela nunca tivesse encontrado Noe Serpa, como se nunca tivesse tido esse pai.
Depois de acalmar Inês para dormir, Amado saiu do quarto do hospital e olhou para Noe Serpa, que esperava ansiosamente.
“Como ela está?”
“Está tudo bem… Ela não está tão agitada como antes.” Amado ficou ali, com um rosto que lembrava sete ou oito partes de Noe Serpa. Qualquer um notaria que eram pai e filho.
Às vezes, o destino brinca com a gente. A mulher que Noe Serpa mais detestava tinha dado à luz um filho… tão inteligente e maduro.
Mas essa maturidade precoce, era uma bênção ou uma maldição?
“Ei, papai, se minha mãe melhorar, eu tenho uma condição.”
Amado levantou na ponta dos pés e disse a Noe Serpa: “Você tem que nos ajudar a nos reunir.”
“Reunir?”
As sobrancelhas de Noe Serpa se franziram. “Você quer voltar para aquela casa? Vocês querem ficar vagando por ai?” Ele não gostava da ideia de seu filho vagando.
Capitulo 27
Os olhos de Amado escureceram. “Papai, se não fosse por mim, você se importaria se a minha mãe estivesse viva ou não?” Aquela pergunta atingiu Noe Serpa, que ficou parado sem saber o que responder.
“Viu só, vocês não se amam. Mesmo morando juntos, nunca seriam felizes.”
Amado respirou fundo e olhou para Noe Serpa. “Então, eu estou bem em viver com minha mãe. Você pode vir nos ver a qualquer momento, posso falar com minha mãe sobre isso. Eu prometo que não
vamos causar problemas para você em sua casa. Nós dois estamos bem aqui fora.”
Isso significava que ele não queria voltar.
Noe Serpa olhou para o rosto de Amado e de repente sentiu uma dor surda no peito.
Uma criança de cinco anos, como ele poderia ter pensamentos tão claros… era dolorosamente maduro.
Mas Noe Serpa nunca deixaria seu filho Amado. Brincadeira, seu filho sofrendo fora de casa? Um Serpa precisava ser criado pela própria familia Serpa!
Enquanto Inês se recuperava no hospital, Noe Serpa levava Amado, que saia da pré–escola, para vê– la todos os dias. Ela rapidamente se recuperou da melancolia, embora ainda olhasse para Noe Serpa com ódio evidente.
Noe Serpa pensou consigo mesmo, melhor odiar do que enlouquecer.
Quando Inês recebeu alta do hospital, Amado a acompanhava de mãos dadas. Ela era uma mulher esbelta e alta, que tinha emagrecido ainda mais durante os dias de recuperação. Caminhando pelo movimentado saguão do hospital, parecia extremamente frágil, como se pudesse desmaiar a qualquer momento.
Noe Serpa conteve o desejo de ir ajudar, pensando consigo mesmo o que aquela mulher tinha de tão especial para merecer sua atenção repetidamente, afinal, ela era a assassina que havia matado Acelina!
Observando Amado seguir a mulher aos pulos, Noe Serpa se viu seguindo os até a porta sem perceber. Viu alguém chegar para buscá–los, abrir a porta do carro, e era o charmoso e elegante Santiago.
Ele segurava a mão de Amado com tanta intimidade que pareciam uma verdadeira família.
Noe Serpa soltou um resmungo frio, sem dizer uma palavra, voltou ao seu carro com o segurança, Inês, percebendo que o olhar que a seguia havia desaparecido, finalmente suspirou aliviada.
Santiago acabara de voltar de uma viagem de negócios, sua voz transparecia preocupação, “Está tudo bem agora?”
Inês respondeu, “Não se preocupe…
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Capitulo 27
Santiago franziu a testa ligeiramente. “Inês, me diga a verdade, você tem deixado de tomar seus remédios ultimamente?”
Inês enterrou o rosto nas mãos, seu corpo tremia levemente. “Eu não estou doente… e se estivesse, já estaria curada.”
Amado, com pena, falou, “Mãe, faça mais alguns tratamentos, você vai ficar completamente
bem.”
Inés levantou a cabeça e, através de lágrimas turvas, viu Amado sorrindo para ela, seu rosto era tão parecido com o de Noe Serpa.
Ela chorou enquanto acariciava o rosto do filho. “Tudo bem, a mamãe vai se esforçar para ser forte.”
De volta para casa, Amado e Inês se aconchegaram para assistir TV. Santiago encontrou os remédios na gaveta do quarto dela e viu que ainda havia um frasco grande, percebendo que ela não tinha
tomado a sério nos últimos seis meses.