A Rebdeldia da Esposa Desprezada ( Flavia Almeida )

Chapter Capítulo 7



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Capítulo 7 

“Meu pai, você também tem uma empresa. Qual estagiário recém–contratado dai chega de carrão que custa uma fortuna? Marcelo Lopes pegou aquele projeto de bilhões e até ele encontrava os clientes com um Mercedes que custava mais de seiscentos mil. Por que com ela tinha que ser um carro de um milhão pra cima?” 

João Almeida estava irritado: “Cada empresa é um mundo à parte. Você vive no bem–bom, sendo sustentado pela familia Lopes. O que você sabe?” 

“Sustentada pela familia Lopes?“, Flávia Almeida torceu a boca: “Não era isso que você dizia quando me convenceu a largar o emprego. E, além do mais, não sou só eu que a familia Lopes 

sustenta. 

“Poff!“, João Almeida bateu na mesa, furioso: “É só um empréstimo de carro e você me vem com essa de cobrar o passado?” 

Beatriz Almeida correu para acalmar o pai: “Pai, você tem pressão alta, não fique bravo. A culpa e minha, não devia ter tocado no assunto. Se a irmã não quer emprestar, deixa pra lá. Não fique chateado com ela.” 

Quanto mais Beatriz tentava apaziguar, mais João Almeida desdenhava da própria filha: “Olha so a Beatriz, mais nova que você e muito mais sensata!” 

O jantar acabou em desarmonia. Na hora de ir embora, Beatriz Almeida deixou duas caixas de trufas brancas no carro, falando pela janela: “Irmã, o cunhado não veio hoje só por causa do trabalho, né?” 

Flávia Almeida lançou–lhe um olhar de lado: “Quer dizer o que com isso?” 

Beatriz sorriu: “O carro pode não ter um único dono, assim como os homens.” 

Depois de fechar o vidro para ela, Beatriz se afastou. 

No apartamento. 

Francisca Ferreira avaliou o peso das caixas de presente: “Seu pai não economiza esforços pra agradar a familia Lopes, hein? Você nunca disse pra ele que sua sogra nem olha pros presentes que ele manda?” 

“Você acha que se eu dissesse ele pararia de mandar?” 

Enquanto todos os canais passavam as novelas de Antônia Carvalho, Flávia Almeida desligou a TV, frustrada por não encontrar nada que quisesse assistir: “Ele só acharia que não escolheu bem o presente e na próxima mandaria algo melhor.” 

“E o que você vai fazer com isso?” 

Flávia Almeida também não sabia

João Almeida não confiava nela. Sempre que mandava algo, verificava com Marcelo Lopes se 

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Capitula 7 

tinha sido entregue. 

Será que deveria passar para Marcelo Lopes entregar à mãe dele? 

Pensando na tensão do encontro mais cedo, ela se arrependeu de não ter sido mais paciente. E se Marcelo Lopes guardasse rancor e não a protegesse? Não se pode ser tão radical nos negócios. 

Depois de pensar, ela decidiu ligar para Marcelo Lopes. 

O telefone tocou por pouco tempo e foi atendido, mas assim que ela ia falar, a linha caiu. 

Inicialmente, ela pensou que tinha sido um toque acidental e ligou de novo. 

Mas aconteceu como da primeira vez: mal atendeu e a chamada foi encerrada. 

Depois de cinco ou seis tentativas, Flávia Almeida percebeu que Marcelo Lopes estava fazendo de propósito! 

Que homem canalha! Que rancoroso! 

Flávia Almeida não desistiria tão facilmente. Preferia lidar com Marcelo Lopes a ter que 

encontrar com Patricia Batista. 

Então, ela mandou uma mensagem para Marcelo Lopes: “Presidente Lopes, está aí?” 

Dois minutos depois, Marcelo Lopes respondeu friamente com duas palavras: “Não estou.” 

Flávia ignorou a resposta e continuou: “Meu pai me deu duas caixas de trufas brancas. Amanhã vou enviar para a sua empresa. Você pode entregar para a sua mãe?” 

Marcelo respondeu rapidamente, ainda com duas palavras: “Não ajudo.” 

Flávia Almeida perdeu a paciência e botou as cartas na mesa: “Divide a grana, sessenta pra você, quarenta pra mim.” 

Marcelo Lopes respondeu com um desprezo que era quase palpável: “Ah, tá.” 

Flávia apertou os dentes e jogou sua última cartada: “Então tá, setenta–trinta, você fica com a maior parte, não dá pra baixar mais!” 

Marcelo demorou uma eternidade pra responder. Enquanto Flávia quebrava a cabeça sobre se aceitaria um oitenta–vinte, o telefone tocou. Era Marcelo ligando. 

Ela atendeu, pressionando o botão com um misto de ansiedade e resignação. 

A voz suave de Marcelo fluiu pelo telefone: “Amanhã, me acompanha num evento de boas–vindas pra Aline.” 

“Não.” 

Ela nem tinha terminado de falar, e Marcelo cortou: “Eu te ajudo,” 

Flávia engoliu o resto da frase, murcha, e cedeu: “Tá bom.” 

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Capitulo 7 

Depois disso, reinou o silêncio. 

Desde que ela tinha saído de casa, essa era a primeira vez que conversavam sem soltar faiscas. Era estranhamente desconfortável. 

Marcelo, no fundo, até que era um bom partido. 

Bonitão, competente no trabalho. Tirando o jeito frio e, às vezes, as palavras ácidas, não tinha vicios ruins. Mesmo com a diferença entre as familias deles, ele nunca deixou de tratar os Almeida com respeito. Nunca foi mesquinho com ela em nada, exceto no amor. 

Comparado com outros caras ricos e escandalosos que ela conhecia, Marcelo só tinha um caso mal resolvido com uma ex. Isso era motivo pra divórcio? 

Ela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas antes que pudesse dizer uma palavra, ouviu uma voz conhecida do outro lado da linha: “Marcelo, de quem é a ligação?” 

Flávia hesitou, depois deu uma risada irônica e disse com indiferença: “Até amanhã, e desligou. 

Por que ela tinha que escolher entre o ruim e o pior? Um rolo mal acabado com uma ex já era o bastante pra destruir um casamento que, de todo jeito, já estava fadado ao fracasso. 


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