Chapter Capítulo 20
Capítulo 20
No décimo segundo andar, no escritório de Marcelo Lopes.
Pedro bateu e entrou justo quando Marcelo Lopes estava de pé, olhando pela janela para a rua
lá embaixo.
Ao ver ele, Marcelo virou e perguntou sem muito interesse, “Ela foi embora?”
Pedro confirmou com um aceno.
“Disse alguma coisa?”
Pedro hesitou, sem saber bem como colocar as palavras.
Marcelo deu ele um olhar cortante. “Por que essa enrolação? O que ela disse?”
Engolindo em seco, Pedro falou baixinho, “A senhora pediu desculpas através de mim. Ela disse… que esqueceu de lavar a linguiça.”
Marcelo congelou.
O linguiça estava lavado, sim. Flávia Almeida tinha dito aquilo de propósito só para provocar Marcelo Lopes. Afinal, ele merecia aquilo por ter voltado atrás na palavra.
Ao imaginar a cara que Marcelo devia estar fazendo naquele momento, Flávia riu. O sujeito. provavelmente, estava desejando tomar até desinfetante para limpar o estômago.
Mas a felicidade de Flávia não durou muito, logo se transformou em aborrecimento. O carro de aplicativo que ela pegou acabou se envolvendo em uma batida de raspão pelo caminho.
Desde o último acidente, ela ficou com um receio de dirigir e vinha optando por usar táxis. Quem diria que até assim teria problemas?
O acidente em si não tinha sido grave, e como foi só um raspão seria só questão de acionar o
seguro.
Mas o motorista do outro carro tinha uma atitude horrível, saiu do carro pronto para briga, e o motorista do aplicativo não levou desaforo para casa, revidando na mesma moeda. O que era para ser resolvido pela policia de trânsito acabou virando caso de policia mesmo.
E Flávia Almeida, como testemunha, também foi levada para a delegacia para depor.
Ela contou o que viu, provando que o motorista do carro tinha iniciado a agressão e, depois várias tentativas, o motorista do aplicativo tinha revidado em legítima defesa.
Depois de prestar depoimento e assinar os documentos necessários, Flávia saiu da delegacia. Francisca Ferreira estava de folga naquele dia e recebeu um telefonema de Flávia pedindo para voltar mais cedo, dizendo que tinha uma notícia bombástica para contar.
Capitulo 20
Flávia desligou e chamou outro carro.
Era horário de pico e havia uma espera de sessenta ou setenta pessoas na fila do aplicativo. Não tinha como saber quando iria conseguir um.
Ela baixou a cabeça para procurar um ônibus que passasse perto do seu apartamento, quando de repente seu cabelo foi puxado por alguém por trás, e sua bolsa foi arremessada em seu
rosto.
A voz irritada de uma mulher ecoou em seus ouvidos. “Sua vagabunda! O que você inventou para a policia?”
O puxão no cabelo doeu, e Flávia se preparou para revidar com o cotovelo, mas ao ver que a mulher estava grávida, não fez nada.
Segurando o pulso da agressora ela disse firmemente. “Solte meu cabelo!”
Mas a outra não se intimidou e continuou puxando o cabelo de Flávia, “Você combinou com aquele motorista, não é? Fez um falso testemunho de propósito, meu marido foi detido por sua causa. Ele tinha acabado de ser promovido a chefe, e agora está tudo arruinado por sua culpa, sua maldita!”
Flávia não entendia a razão daquela loucura e, prepa em não machucar a grávida, só
conseguiu dizer entre dentes, “Você estava no carro, não viu o que seu marido fez? Se queria o bem dele, deveria ter impedido ele na hora. Com esse temperamento explosivo, você deveria agradecer que foi só um raspão. Senão, quem pagaria o preço seriam vocês dois!”
“Cala a boca!” a mulher gritou ainda mais enfurecida, levantando a bolsa para bater em Flávia.
Flávia fechou os olhos, pensando que o azar não poderia ser maior, ao encontrar alguém tão desequilibrada.
Mas a dor esperada não veio. Em vez disso, uma voz familiar soou acima dela.
“Desde quando grávidas podem sair batendo nas pessoas? Solte ela!”
“Quem é você? Não se meta!”
Lucas Ramos sorriu, “Um cidadão fazendo sua parte.” E com um movimento firme, a mulher sentiu uma dor aguda no pulso e instintivamente soltou o cabelo de Flávia.
Ele segurou nos ombros de Flávia Almeida e, com delicadeza, colocou ela para trás de si, perguntando baixinho, “Tá tudo bem?”
Foi aí que Flávia Almeida reconheceu que era o homem que tinha encontrado no terraço do Centro Médico Luz da Vida.
Ela balançou a cabeça negando.
A mulher, com os olhos cheio de raiva, xingou, “Piranha! Ainda chama reforço, pensa que eu tenho medo de você? Tenta encostar um dedo em mim pra você ver!”
Flávia Almeida abriu a boca para dizer algo, mas Lucas Ramos interrompeu ela.
12:49
Com o celular nas mãos, ele falou num tom suave, mas suas palavras eram de arrepiar, “Gravei você batendo nela aqui no meu celular. Claro, você está grávida, e mesmo que eu leve isso pra policia, no máximo vão te dar uma punição penal, por isso você está se achando, né? Mas e se eu jogar isso na internet? Será que os internautas vão te perdoar só porque você está esperando bebê? Seu filho nem nasceu e já vai ter que aguentar maldição por sua causa, acha mesmo que ele vai crescer tranquilo?”
A grávida ficou com medo.
Lucas Ramos estendeu um cartão de visita para ela, “Esqueci de me apresentar, sou jornalista, tenho là minha influência.”
A grávida nem teve coragem de pegar o cartão, engoliu em seco e disse. “Você deu sorte!” Com isso, saiu resmungando e segurando a barriga.
Lucas Ramos se virou, e o ar intimidador que exalava desapareceu num instante, seus olhos. agora estavam mais suaves.
“Você se machucou.”
Ele apontou para o pescoço de Flávia Almeida.
Ela pegou o celular para olhar e viu que o pescoço estava arranhado e ainda sangrando.
*Tenho um remédio no carro, deixa eu cuidar disso pra você.”
Como ele tinha ajudado, Flávia Almeida não tinha como recusar a gentileza e disse baixinho, “Um incomodo, mas obrigada.”
Lucas Ramos deu um sorrisinho e disse. “Não é nada.”
No carro, ele tirou o kit de primeiros socorros e começou a desinfectar o ferimento.
Flávia Almeida, desconfortável, falou baixo, “Deixa que eu faço.”
Lucas Ramos passou os itens para ela e, depois de tratar do ferimento, ela perguntou. “Você é jornalista mesmo, né?”
Lucas Ramos se surpreendeu, depois sorriu e sacudiu a cabeça, “Não, alguém me deu aquele cartão, nem filmei nada, foi só para assustar ela, para ela não encher mais o saco.”
Ele não parecia jornalista mesmo, quem já viu jornalista andando de Bentley?
Ela riu e disse, “Mas funcionou que é uma beleza, quase cai nessa.”
Lucas Ramos deu um sorriso sem jeito, “Então vou levar como um elogio.”
Eles continuaram conversando até que o celular de Lucas Ramos tocou. Ele pediu desculpa e atendeu a ligação.
“Lucas, onde fica você?”
Capitulo 20
Quando Aline Lopes entrou, Marcelo Lopes estava bochechando.
“Irmão! O que a Flávia Almeida estava fazendo na empresa?”
Marcelo Lopes franziu a testa, “Desde quando não se bate na porta antes de entrar no escritório? onde fica sua educação?”
“A porta não estava trancada,” Aline Lopes murmurou, percebendo o mau humor do irmão e surpresa, comentou, “Ué, está passando mal?”
Ele nem teria lembrado se ela não tivesse falado, mas mencionar isso fez seu estômago revirar novamente.
Irritado, olhou para Aline Lopes e perguntou, “O que você quer?”
Aline Lopes fez beicinho, “Lucas não atende minhas ligações, me empresta seu celular al, irmão.”
“Vaza!”
“Irmão, me dá uma força, vai. Se eu ficar com o Lucas, os Lopes vão ser parentes dos Ramos, aí você não precisa mais se preocupar com a influência dos Lopes de Gabriel.”
Marcelo Lopes nem se importou com as ilusões dela e sem piedade disse. “Lucas Ramos não quer nada com você.”